Você vai mesmo publicar? Vou. Mas
não deveria. E por quê? Porque ele vai ver. Mas é pra ver. Na verdade, ver
agora é o de menos. Vai ver isso agora porque deixou de ver muitas coisas que
era pra ter visto. Ou coisas que não viu, mas deveria ter suposto. Será que ele
acha que sou artificialmente programada para não ter pêlos, cutículas, olheiras
e mau humor? E sobre a dor nas pernas, o salto alto, a calcinha desconfortável,
os cds e filmes que tive que baixar só pra ter mais assunto, parecer
interessante... Mas você é interessante. Sou? Interessante e linda. E quem
disse que precisa de salto? Não precisa? Não. Precisa de você. Do que você
achar que precisa. Não precisava ver aquele filme chato, então? Não, era só
dizer que nunca viu. Assim como ele nunca ouviu sua banda favorita, seu filme
favorito, aquele clipe do The Cure. Aliais, todo mundo já viu aquele clipe do
The Cure. Ele não. Porque as pessoas são assim, elas vivem a vida delas. Na
verdade, a frase é no masculino. Eles vivem a vida deles. Deveríamos fazer o
mesmo. Mas nós fazemos, vivemos a nossa vida, mas passamos a vida a pensar em
todo mundo, em nós, neles, nas plantas, nos cachorros, nos que os outros vão
pensar... Cansa né? É! E quer saber? Publica.